domingo, 28 de agosto de 2016

QUALIDADE DO SERVIÇO X MINIMIZAÇÃO DE CUSTOS – Parte 3/3

Lógica aplicada às transportadoras
No primeiro artigo da nossa série “Transportadoras em Santos – QUALIDADE DO SERVIÇO X MINIMIZAÇÃO DE CUSTOS”, citamos os principais problemas que podem incorrer na utilização de uma mão de obra desqualificada. (link 1)
No segundo artigo (link 2), quantificamos o prejuízo gerado pelos problemas citados no primeiro, e comparamos com o gasto pela contratação de uma mao de obra qualificada, que minimizaria as ocorrências.
Agora, na terceira e última parte, vamos aplicar essa lógica na contratação de transportadoras.
Um caminhão inadequado para o peso da carga transportada, com pneus, freios e suspensão desgastados e motorista irresponsável está muito mais propício a multas nas estradas, quebras/falhas mecânicas/elétricas, acidentes e atrasos. Transportadoras que trabalham com esse tipo de veículo / motorista recebem poucas ofertas de serviço, e aceitam remunerações abaixo do mercado para fazer determinados transportes.
Um motorista que possua caminhão novo, em bom estado e que seja responsável, pontual, educado e com preço dentro do mercado, estará sempre com trabalho, e uma transportadora terá que pagar mais caro pelo seu serviço.
Essa diferença no frete se reflete, naturalmente, na tarifa final a ser cobrada do cliente. Adiferença da qualidade também, porém é mais difícil de ser percebida por ele.
Isso ocorre porque estamos lidando com PROBABILIDADES. Nem sempre um caminhão ruim e um motorista descomprometido atrasam, quebram ou geram problemas... se um cliente fizer 5 containers em um ano, provavelmente não terá nenhum problema durante o ano inteiro. No entanto, a médio / longo prazo, o evento IRÁ ocorrer (e o prejuízo também). Se um cliente faz 10 containers/mês, no 2º ou 3º mês, ele certamente terá tido problemas (e os primeiros prejuízos).
Dessa forma, podemos concluir que tudo é questão de probabilidade. A probabilidade de problemas ocorrerem com clientes grandes e pequenos é a mesma... a diferença é que o cliente que possui 100 containers / mês vai ter o problema antes do que o cliente que possui 5 containers / mês, e, consequentemente, será mais sensível a alterações na qualidade do serviço prestado.
Sendo assim, o argumento por vezes utilizado de que “o importante é que a carga chegue no local / horário combinados, independentemente das condições do transporte realizado”, seria correto se as probabilidades de ocorrência de problemas fossem as mesmas para veículos/motoristas bons e ruins. No entanto, não o é, e, a médio / longo prazo, à medida que os problemas vão acontecendo, dá-se conta de que custos extras pontuais (perda de navio, paralização da produção devido a atraso na entrega, quebra de estoque, perda de vendas, perda de clientes, acidentes de trânsito, armazenagem, demurrage) superam o custo de, por exemplo, R$ 200,00 a mais pagos pela qualidade superior do serviço.
Dessa forma, é muitíssimo importante avaliar, SEMPRE, as condições do serviço de transporte que será prestado, de forma a prevenir surpresas e situações indesejadas.



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