Equipado com motor D13A de 520 hp à 1800 rpm, 255 mkgf de torque à 1450 rpm, caixa I-Shift e diferenciais RT3210HV, transportando 57 t, este veículo faz 1,9 km/l já considerando trecho vazio e carregado. O que você acha? Está bom para esta composição?
Cada dia mais popular pelas estradas, as caixas automatizadas estão ganhando o seu espaço, e seu prestígio entre os condutores.
Vale destacar que não são automáticas, pois estas tem um funcionamento hidráulico, que é diferente; as automatizadas possuem um complexo sistema elétrico, eletrônico, pneumático que realiza as trocas, semelhante à uma pessoa guiando um carro, é como se fosse um robô que faz o serviço.
E por possuir esses atributos, a maciez do engrenamento das marchas, todo o sistema de transmissão é poupado, resultando em economia para o transportador.
Há quem não confie ou quem não goste, mas antes de criticar, é necessário conhecer, e nunca podemos nos esquecer:
"Um dia a TV era de válvula, demorava a esquentar, a imagem com chuviscos e em preto e branco e o gabinete era um caixotão de abelha, detalhe: não havia controle remoto, mas a evolução não para, que tal hoje uma TV de LED 32 polegadas com imagem digital e acesso à internet? Será que presta?"
Motor: D13A, de 12,8 l, com 440 hp à 1800 rpm, torque de 224 mkgf à 1400 rpm
Caixa: AT2512C I-Shift de 12 marchas à frente, 2 crawler e 4 Ré
Diferencial: RS1356SV
Motor: DSC1205, 6 cilindros, 11.700 cc, de 420 hp à 1800 rpm e 199,1 mkgf entre 1050 e 1450 rpm Caixa GRS900R de 12 marchas (3+3+reduzidas), além da Crawler Diferenciais: RB660+R660 nas relações 3,42 / 3,80 / 4,22 Entre-eixos: 3,10 / 3,50 m CMT: 78 t
1) A tração dos caminhões 6x4, 8x4, funcionam de forma constante, ou seja, os 2 diferenciais funcionam juntos a todo o momento, controlados pelo 3º diferencial ou divisor de torque (montado na carcaça do primeiro diferencial, veja imagem).
2) A tração em dois diferenciais é muito melhor, pois cada eixo recebe 50% de força e suporta mais peso sobre o conjunto.
3) O consumo de combustível é sensivelmente alterado, dado ao arrasto.
4) Os 8 pneus utilizados no conjunto precisam ser da mesma medida, pois o diferencial entre-eixos ou divisor de torque precisa "ler" o movimento dos 8 pneus e corrigir a entrega de força (por isso se chama diferencial, pois tira a diferença de giro)
5) Se patinar, é hora de utilizar o bloqueio; leia com atenção:
a] Na maioria dos caminhões 6x4 e 8x4 atuais, o sistema permite 2 estágios de bloqueio.
b] No 1º estágio (bloqueio longitudinal) apenas o divisor de torque é bloqueado, o caminhão precisa estar parado e o resultado é que um par de pneus de cada eixo vão tracionar, e pode fazer curva.
c] Se mesmo assim patinar, aciona-se o 2º estágio, este é o bloqueio de eixos ou bloqueio transversal, neste caso, as planetárias são anuladas. O 1º estágio continua acionado e neste caso, não se faz curva, até porque o volante pouco obedece. É certo que os 8 pneus vão tracionar.
d] Se mesmo assim o veículo não sair, o melhor é pedir para alguém rebocar.
Observações:
Nos MB 2213 e demais 6x4 com cabine AGL, Ford 22-000 e Dodge 950, o sistema é diferente, pois não tem o divisor de torque na carcaça do primeiro diferencial. O câmbio manda força para a caixa de transferência e ela manda dois cardãs, um para cada diferencial, este sistema é chamado de "perna cruzada", veja matéria: http://mundodospesados.blogspot.com.br/2014/06/diferenciais-hd4-mercedes-benz.html
3,80, 4,22, 4,78, etc. Com certeza você já se deparou com isso, mas o que são esses números? São as relações de diferencial, supondo que uma coroa tem 38 dentes e o pinhão tem 10, a relação é 3,80, que é obtido pela divisão 38/10.
A relação é muito efetiva no arranque e em velocidade máxima. Uma configuração ideal para o veículo é tema de um estudo, numa prancha que leve 70 toneladas de carga e pegue serras, a relação terá de ser mais curta. Um baú de 2 eixos num caminhão de 460 cv, precisará de mais velocidade, portanto, relação longa.
Nº maior, mais curto (força). Nº menor, mais longo (velocidade)